Mostrando postagens com marcador poema. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poema. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

12 poemas para a vida inteira (Por Rodrigo Gurgel)

“A beleza não se faz — ela é” (Emily Dickinson)

1. “Os homens ocos” [“The Hollow Men”] — T. S. Eliot — Numa terra morta, homens vazios caminham em busca de esperança.

2. “O infinito”[“L’infinito”] — Giacomo Leopardi — A doçura de perder-se no “eterno”, nas “estações já mortas” e no tempo presente.

3. “A uma passante” [“A une passante”] — Charles Baudelaire — A beleza que sempre nos escapa; a beleza efêmera que poderia ter sido tudo.

4. “Pranto por Ignacio Sanchez Mejias” [“Llanto por Ignacio Sanchez Mejias”] — Federico García Lorca — Uma elegia moderna; a dor insuperável, pungente, reiterada, pelo amigo morto.

5. “Rumo a Bizâncio” [“Sailing to Byzantium”] — W. B. Yeats — Perdido numa geração relativista, o poeta anseia pela verdade eterna.

6. “A beleza não se faz — ela é” [“Beauty — be not caused — It is”] — Emily Dickinson — A luta diária do escritor, de todo artista, sintetizada de forma genial.

7. “Dizer toda a Verdade — em modo oblíquo” [“Tell all the Truth but tell it slant”] — Emily Dickinson — Há uma didática para mostrar a Verdade.

8. “Tarde de maio”— Carlos Drummond de Andrade — A experiência sempre anônima da tristeza. Caminhamos entre “desatentos”.

9. “Canção” — Cecília Meirelles — O que resta quando os sonhos morrem?

10. “Poema de Natal” — Vinicius de Moraes — Que sejamos “graves e simples”, não só no Natal.

11.“Profundamente” — Manuel Bandeira — Onde estão os que um dia amamos, os que um dia foram tudo para nós?

12. “Última canção do beco” — Manuel Bandeira — Um dos mais belos e mais perfeitos poemas da literatura de língua portuguesa. Para ser lido, relido e decorado. Exemplo de musicalidade, ritmo, fluidez e riqueza semântica.

domingo, 28 de abril de 2019



























Café da manhã (Jacques Prévert)

Pôs café na xícara
Pôs leite na xícara com café
Pôs açúcar no café com leite
Com a colherzinha mexeu
Bebeu o café com leite
E pôs a xícara no pires
Sem me falar
Acendeu um cigarro
Fez círculos com a fumaça
Pôs as cinzas no cinzeiro
Sem me falar
Sem me olhar
Levantou-se
Pôs o chapéu na cabeça
Vestiu a capa de chuva porque chovia
E saiu debaixo de chuva
Sem uma palavra
Sem me olhar
Quanto a mim pus a cabeça entre as mãos
E chorei

domingo, 24 de junho de 2018




Charles Baudelaire: Convite À Viagem


Minha doce irmã,
Pensa na manhã
Em que iremos, numa viagem,
Amar a valer,
Amar e morrer
No país que é a tua imagem!
Os sóis orvalhados
Desses céus nublados
Para mim guardam o encanto
Misterioso e cruel
De teu olho infiel
Brilhando através do pranto.

Lá, tudo é paz e rigor,
Luxo, beleza e langor.

Os móveis polidos,
Pelos tempos idos,
Decorariam o ambiente;
As mais raras flores
Misturando odores
A um âmbar fluido e envolvente,
Tetos inauditos,
Cristais infinitos,
Toda uma pompa oriental,
Tudo aí à alma
Falaria em calma
Seu doce idioma natal.

Lá, tudo é paz e rigor,
Luxo, beleza e langor.

Vê sobre os canais
Dormir junto aos cais
Barcos de humor vagabundo;
É para atender
Teu menor prazer
Que eles vêm do fim do mundo.
- Os sanguíneos poentes
Banham as vertentes,
Os canis, toda a cidade,
E em seu ouro os tece;
O mundo adormece
Na tépida luz que o invade.

Lá, tudo é paz e rigor,
Luxo, beleza e langor.

BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Edição bilingue. Tradução de Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985



L’Invitation au Voyage


Charles Baudelaire

Mon enfant, ma sœur,
Songe à la douceur
D’aller là-bas vivre ensemble !
Aimer à loisir,
Aimer et mourir
Au pays qui te ressemble !
Les soleils mouillés
De ces ciels brouillés
Pour mon esprit ont les charmes
Si mystérieux
De tes traîtres yeux,
Brillant à travers leurs larmes.
Là, tout n’est qu’ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.
Des meubles luisants,
Polis par les ans,
Décoreraient notre chambre ;
Les plus rares fleurs
Mêlant leurs odeurs
Aux vagues senteurs de l’ambre,
Les riches plafonds,
Les miroirs profonds,
La splendeur orientale,
Tout y parlerait
À l’âme en secret
Sa douce langue natale.
Là, tout n’est qu’ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.
Vois sur ces canaux
Dormir ces vaisseaux
Dont l’humeur est vagabonde ;
C’est pour assouvir
Ton moindre désir
Qu’ils viennent du bout du monde.
– Les soleils couchants
Revêtent les champs,
Les canaux, la ville entière,
D’hyacinthe et d’or ;
Le monde s’endort
Dans une chaude lumière.
Là, tout n’est qu’ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.
Charles Baudelaire

sexta-feira, 2 de março de 2018

O Albatroz - charles baudelaire

O Albatroz ( tradução de Renan MP) 

" L'ALBATROS"


" Souvent, pour s'amuser, les hommes d'equipage

Prennent des albatros,vastes oiseaux des mers,
Qui suivent, indolents compagnons de voyage,
Le navire glissant sur les gouffres amers.

A peine les ont-ils déposés sur les planches,

Que ces rois de l'azul, maladroits et honteux,
Laissent piteusement leurs ailes blanches
Comme des avirons traîner à côté d'eux.

Ce voyageur ailé, comme il est gauche et veule !

Lui, naguère si beau, qu'il est comique et laid !
L'un agace son bec avec un brûle-gueule,
L'autre mime, en boitant, l'infirme qui volait !

Le Poëte est semblabe au prince des nuées

Qui hante la tempête et se rit de l'archer ;
Exilé sur le sol au milieu des huées,
Ses ailes de géant l'empêchent de marcher "


(Obs: Não Sou Poeta, muitos menos formado em letras,haja vista que entrego-lhe uma tradução quase que ''literária'',contudo, espero que lhe seja útil.)



O Albatroz


" Às vezes, por prazer, os homens de equipagem

Pegam um albatroz, enorme ave do mar,
Que segue, indolente companheiro de viagem,
O navio que desliza sobre os abismos dos mares.

Mal o põem no convés por sobre as pranchas rasas,

Que esses reis do céu, sem jeito e envergonhados,
Deixa lamentávelmente suas asas brancas
Como os remos pendurados ao lado deles!

Esse viajante alado, quão ele é desajeitado e fraco  !

Ela recentemente tão bela, como está cômica e feia !
Um o irrita chegando ao seu bico um cachimbo,
O outro mímico,mancando, põe-se a imitar o paralítico que voava!

O Poeta é semelhante ao príncipe das nuvens

Que assombra a tempestade e ri do arqueiro ;
Exilado no chão, em meio às vaias,
As asas de gigante impedem-no de andar."





12 poemas para a vida inteira (Por Rodrigo Gurgel)

“A beleza não se faz — ela é” (Emily Dickinson) 1. “Os homens ocos” [“The Hollow Men”] — T. S. Eliot — Numa terra morta, homens...